PLURAL: os textos de Silvana Maldaner e Paulo Antônio Lauda

O alemão sabia das coisas
Silvana Maldaner
Editora de revista

O professor Bert Hellinger, já foi padre, mas deixou o celibato para ser psicoterapeuta e escritor. É conhecido mundialmente pela criação do método terapêutico "Constelação Familiar". Tinha 93 anos quando faleceu, em 19 de setembro de 2019. Ele deixou esse texto maravilhoso abaixo.

"A vida decepciona-o para você parar de viver com ilusões e ver a realidade.

A vida destrói todo o supérfluo até que reste somente o importante.

A vida não lhe deixa em paz, para que deixe de culpar-se e aceite tudo como "É".

A vida vai retirar o que você tem, até você parar de reclamar e começar agradecer.

A vida envia pessoas conflitantes para lhe curar, para você deixar de olhar para fora e começar a refletir o que você é por dentro.

A vida permite que você caia de novo e de novo, até que você decida aprender a lição.

A vida lhe tira do caminho e lhe apresenta encruzilhadas, até que você pare de querer controlar tudo e flua como um rio.

A vida coloca seus inimigos na estrada, até que você pare de "reagir".

A vida lhe assusta e assustará quantas vezes for necessário, até que você perca o medo e recupere sua fé.

A vida lhe distancia das pessoas que você ama, até entender que não somos esse corpo, mas a alma que ele contém.

A vida ri de você muitas e muitas vezes, até você parar de levar tudo tão a sério e rir de si mesmo.

A vida quebra você em tantas partes quantas forem necessárias para a luz penetrar em você.

A vida confronta você com rebeldes, até que você pare de tentar controlar.

A vida repete a mesma mensagem, se for preciso com gritos e tapas, até você finalmente ouvir.

A vida envia raios e tempestades, para acordá-lo.

A vida o humilha e por vezes o derrota de novo e de novo até que você decida deixar seu ego morrer.

A vida lhe nega bens e grandeza até que pare de querer bens e grandeza e comece a servir.

A vida corta suas asas e poda suas raízes, até que não precise de asas nem raízes, mas apenas desapareça nas formas e seu ser voe.

A vida lhe nega milagres, até que entenda que tudo é um milagre.

A vida encurta seu tempo, para você se apressar em aprender a viver.

A vida lhe ridiculariza até você se tornar nada, ninguém, para então, tornar-se tudo.

A vida não lhe dá o que você quer, mas o que você precisa para evoluir.

A vida lhe machuca e lhe atormenta até que você solte seus caprichos e birras e aprecie a respiração.

A vida lhe nega Deus, até você vê-lo em todos e em tudo.

A vida lhe acorda, lhe poda, lhe quebra, lhe desaponta... Mas, creia, isso é para que o seu melhor se manifeste... até que só o AMOR permaneça em você. "

Nicolau Maquiavel (1469/1527) e os governantes
Paulo Antônio Lauda
Cirurgião-dentista e ex-professor da UFSM

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Escreveu assim:

"Um povo que aceita passivamente a corrupção e os corruptos, não merece a liberdade. Merece a escravidão! Um país cujas leis são lenientes e beneficiam bandidos, não tem vocação para liberdade. Seu povo é escravo por natureza. Um povo cujas instituições, públicas e privadas, estão em boa parte corrompidas, não tem futuro. Haverá somente passado..."

Ele é, de fato, considerado o "pai da moderna teoria política". Maquiavel defendia que um Estado forte dependia sempre de um bom governante. Assim, ele deve ter boas habilidades políticas. Para ele, um bom mandatário deveria ser: bondoso, caridoso, religioso, honesto e ter uma moral intocável. "Os fins justificam os meios" é uma famosa frase erradamente atribuída a Nicolau Maquiavel, que significa que qualquer iniciativa é válida quando o objetivo é conquistar algo mais importante. Hoje, quando um político corrompe a nação com dinheiro roubado e escondido dentro de um apartamento, julga para si mesmo uma "justificativa maquiavélica" e segue sua vida como se nada tivesse acontecido. "O meu fim é justo e bom"... assim é o pensamento dele... mas nosso político compreendeu tudo errado!

A corrupção, disseminada como está, não melhora o Estado nem as instituições nem as pessoas. O problema é contextual. Uma pessoa qualquer que, na sua vida pública como presidente, secretário, ministro ou embaixador, que assim procede, pensa estar cuidando do futuro da sua família e dos seus filhos e netos. Assim comprará bens como fazendas, sítios, apartamentos... só que, na realidade, tanto ele quanto seus descendentes sabem de forma direta ou indireta a origem de tudo e acabam por perecer frente a justiça maior. As conquistas devem vir do merecimento! Vemos estes exemplos todos os dias.

Creio que nascemos para evoluirmos moralmente, e se nossas vidas não forem se tornando dignas com o tempo, não iremos evoluir jamais. Na verdade, são os meios que determinam os fins. Quando um sujeito destes rouba ou quando extorque, ou ainda quando se vende ou vende seu país, não está servindo a um fim justo e bom. Está debitando da sua conta moral um valor muito alto. Está virando escória! Certa vez, li uma crônica do Veríssimo que falava sobre o velório "da pessoa que mais te prejudicou na empresa e na vida".

Não haveria expediente naquele dia e foram colocados cartazes por toda empresa convidando para o velório desta pessoa lá no ginásio de esportes. Obviamente, todos ficaram tristes em saber da morte de um colega, mas também curiosos em saber quem era este cidadão. Dessa forma, todos compareceram ao funeral. Haviam filas para chegar até o caixão. Ele estava fechado. Se quisesse ver o morto teriam que olhar pela janelinha.

O interessante é que todos que assim faziam, saiam quietos e cabisbaixos após olhar a referida janela. O que o ocorreu na realidade é que dentro do caixão havia somente um espelho. Assim é a vida, somos os responsáveis pela criação dos nossos merecimentos! Pensem nisso!

PLURAL: os textos de Silvana Maldaner e Paulo Antônio Lauda

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